domingo, 14 de julho de 2013

O Celular

O celular...ah que maquininha maravilhosa! Aposentou o despertador, o relógio, a máquina fotográfica, a filmadora, a agenda, a vitrola, o três em um, aqueles trambolhos que ouvíamos música no passado enquanto caminhávamos, as conversas em família, até me permite comunicar com outra pessoa em qualquer lugar onde quer que eu esteja. Vejo as pessoas na rua, cada um com o seu, mente vidrada, parecendo estarem em outro mundo entorpecidos por aquela maravilha fina e leve que cada vez mais está ao alcance de qualquer um.
Será que chegou uma mensagem? Será que alguém me ligou e eu não vi? Será que ninguém quer falar comigo? E aquilo que eu postei, será que alguém curtiu? Será que algo irá me comprometer? Será que, será que, será que, meu Deus por que não consigo largá-lo? Ele pode ser muito útil em uma situação de emergência, no trabalho e no lazer. Quem inventou o celular? Mereceria o prêmio Nobel da pessoa que mais fez as pessoas felizes no mundo. Guardados no bolso, na cintura, no cinto, as maquininhas são carregadas com orgulho como uma medalha no peito de um campeão.
Mas nem tudo são flores. Ele pode tocar em uma hora imprópria, ficar ultrapassado, pode cair no chão e quebrar, pode ser esquecido em casa, que para muitos é o fim do mundo, pode ser usado por alguém provido de estupidez, pode atrapalhar uma aula na escola, uma reunião na empresa, um filme no cinema e deixar a pessoa besuntada de vergonha, pode também terminar relacionamentos e esvaziar nossos bolsos. Ele pode te causar muita coisa. Mas e daí? Não conseguimos ficar longe dele. Uma tremenda obsessão.
Estudos já comprovaram o aumento do cansaço entre jovens e adolescentes atribuídos ao uso prolongado do celular. Gastam muito tempo se conectando com os amigos e às vezes não dormem à noite o que pode vir a afetar o rendimento escolar. Com os adultos os problemas são parecidos, talvez mais graves, principalmente com casais.
E pensar no futuro. Como eles serão daqui vinte, trinta cinquenta anos? Será que existirão ou outra maravilha irá substituí-lo? Provavelmente sim. A tecnologia só tende a evoluir. E quanto à nossa saúde? Será que eles são prejudiciais devido a emitirem radiações? Tão cedo saberemos. Torcemos para que no futuro ele não nos cause problemas. Não sei por que, mas me lembrei de quando o cigarro foi inventado.



terça-feira, 4 de dezembro de 2012


Campeonato de Pontos Corridos

Desde que me entendo por gente, o futebol é a grande paixão de todo brasileiro. Os meninos quando nascem ganham uma bola e o sonho de todos eles é virar um profissional bem sucedido, jogar na Europa, ganhar milhares de euros, carrões, festas, status, enfim, ser um jogador conhecido mundialmente.
            Tudo começa aqui no Brasil. Os campeonatos regionais, as peneiras, os testes, emoções, decepções, sonhos jogados fora. Poucos seguem adiante, muitos desistem no meio do caminho. Os que seguem, são colocados à prova todo instante e a probabilidade de um deles ser conhecido mundialmente é igual ganhar na mega sena, um em cinqüenta milhões.
            O que faz os olhos de um menino brilhar são os jogos de campeonato. Casa cheia e torcida inflamada, músicas cantadas a plenos pulmões, xingamentos, a alegria do gol, o grito do “passou perto”. Final de campeonato, todos tensos, será que vamos ganhar? Noventa minutos, melhor cento e oitenta, jogos de ida e volta, o popular mata-mata. Oportunidade daquele time inverossímil virar campeão no decorrer do certame.
            Essa magia da final está sendo roubada dos meninos. O famigerado campeonato de pontos corridos ganhou força entre os dirigentes e é a atual fórmula do campeonato brasileiro de futebol. Há quase dez anos nos foi imposto esse modelo europeu de disputa que só não é mais sem graça por que dá algumas vagas para a Libertadores da América, esse sim com oitavas, quartas, semifinal e final.
            Concordo que ponto corrido premia o melhor, pois enaltece aquele que mais teve regularidade durante todo o ano. Mas isso não é tudo. Quantos melhores que existem que não são conhecidos? Quanta gente ruim que faz sucesso? Tal campeonato dá margem para pilantragem (times fazendo corpo mole para prejudicar o rival), manipulação de resultados, desinteresse de torcidas quando seu time não tem mais chance de nada e a falta do comovente mata-mata.
            Acho que será difícil a CBF mudar esse sistema. Eles gostam muito, pois aqui no Brasil damos muito valor para os segundos colocados. Quem foi o vice-campeão do ano passado? Que emocionante foi o título do Fluminense este ano. Só falta eles mudarem a contagem dos minutos no segundo tempo: começar com quarenta e cinco e terminar em noventa.
            Somos os únicos penta-campeões mundiais do futebol. Temos o melhor jogador de todos os tempos, somos fabricantes e exportadores de craques, não temos que copiar ninguém, pelo contrário, o mundo deveria nos copiar. Sinto saudades do mata-mata. Será que o brasileirão não voltará a ser como era? Talvez um dia sim, em que todos os brasileiros cansarem desse modelo e verem que bom mesmo e emocionante é uma final de campeonato. 

domingo, 23 de setembro de 2012


Olá, senhor Dinheiro!

Senhor Dinheiro, muito bom dia. Fiz 10 anos semana passada e gostaria de fazer-lhe algumas perguntas: Por que andas sumido aqui de minha casa? Meu pai e minha mãe vivem brigando agora devido a sua ausência. Culpam minha irmã mais nova e eu pelo fato de o senhor ir embora na primeira quinzena do mês e depois só voltar no próximo dia 5. Sei que o senhor é muito querido, todos lhe querem bastante, alguns perdem a saúde para te ter, outros maltratam, matam, destratam, xingam e brigam com as pessoas para que você durma confortavelmente em seus bolsos. Dizem que o senhor não traz felicidade, não sei. Parece que as pessoas que lhe tem são tão felizes, ou será que não? Ouvi dizer também que o senhor é a causa das guerras, a causa dos assassinatos mundo afora, da covardia e da deslealdade com os amigos, colegas e parentes. Mas já me falaram que o senhor é um ótimo companheiro. Dizem que quem o tem é importante, fica mais bonito, pode furar filas, tem preferência nas rodas sociais, é bem tratado e pode tudo. Já reparei também que o senhor faz a alegria de muita gente. Faz a desgraça também, como aqui em minha casa. Mamãe vive dizendo que se o senhor aparecesse poderia nos dar uma melhor condição de vida, largaria do meu pai, compraria uma casa, me colocava junto com minha irmã na melhor escola da cidade, enfim ela diz que tudo melhoraria. Será? Papai sente muito sua falta. Ele queria que o senhor lhe desse um carro, uma casa, boas roupas. Eu também estou aprendendo a gostar do senhor, mas ao invés de aparecer em minha casa, gostaria que papai e mamãe nos dessem amor, nos dessem carinho, nos dessem afeto, que brincassem conosco na rua, que andássemos de mãos dadas, que soltássemos muitas gargalhadas, queria ficar no colo deles e rodar sem ter hora de parar. Acredito que se o senhor não tivesse tanta importância para as pessoas seríamos mais felizes. Pela sua falta, eu e minha irmã choramos toda noite pelas brigas entre os meus pais, Noite passada ele deu um murro na cara da mamãe. Eu abracei minha irmã bem apertado e choramos muito. Ah, senhor Dinheiro, só não entendo uma coisa: ninguém consegue te levar para o céu. O senhor fica aqui na terra causando mais discórdia entre as famílias. Realmente o senhor deve ser muito importante. Mas senhor Dinheiro me responda novamente: Por que não podemos ser felizes sem o senhor? Por que é tão difícil? Acho que papai e mamãe vão se separar e o meu sonho de passearmos juntos pela rua irá “por água abaixo”, expressão que meu pai costuma dizer quando fica sem o senhor. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A Transnistria

             Cingida entre a Ucrânia e a Moldávia está a Transnistria. Localizada na margem de um rio chamado Dniester, ela se estende por 400 Km de norte a sul e 25 Km de leste a oeste É uma área um pouco menor que o Distrito Federal. Tem 500.000 habitantes, Presidente, Ministros, moeda, bandeira, Constituição, Parlamento e controle fronteiriço. Sua capital chama-se Tiraspol. Fica a 500 longínquos quilômetros da Rússia e quer se juntar a ela. É meus amigos, existe um "quase"país chamado Transnistria.
             Na verdade é uma região separatista da ex-república soviética da Moldávia que quer a independência. Futuramente pode se transformar em um país. Países pequenos existem à revelia pelo planeta. Vaticano, o menor do mundo, tem uma população de 700 pessoas. Mônaco é o mais chique deles e tem a famosa corrida de Fórmula 1. San Marino totalmente envolvido pela Itália tem 30.000 habitantes.   Liechtenstein é um dos países mais ricos do planeta e tem 5.000 habitantes. Andorra tem status de paraíso   fiscal e tem a maior expectativa de vida do mundo, cerca de 84 anos. Antígua e Barbuda é constituída de 37 ilhas e mais de 80% da população é alfabetizada. Ilhas Seychelles, uma nação insular que abriga algumas das maiores colônias de aves marinhas do mundo, tem uma respeitada legislação ambiental.
              Dentre as vantagens de um país pequeno podemos citar a prática do turismo, a facilidade em administrar o território, a formação de grupos econômicos e uma enorme qualidade de vida. Entre as desvantagens estão as áreas reduzidas para a agricultura, a possibilidade de se tornarem paraísos fiscais e alto custo de vida. Esses países detém altos índices de desenvolvimento econômico e social. Mas existem também os pobres pequenos. Togo, na África, tem somente 47% da população alfabetizada.  Suazilândia, também na África, ostenta a triste marca de um terço da sua população ser portadora do vírus da Aids.  Existem alguns outros, não vem ao caso citá-los.
             A Transnistria tende a nascer pobre. O socialismo acabou, a verba é escassa, ela não tem potencial turístico, vive do passado, está situada em uma região conturbada e não tem uma indústria pujante. Países assim são potenciais criadores de  problemas aos vizinhos maiores. É claro que países menores são mais fáceis de serem controlados e quase sempre são exemplos de desenvolvimento econômico e social. Alguns não. Seus índices são baixos, a pobreza é grande e a infraestrutura é pequena. Esse deverá ser o caso da República Moldava da Transnistria. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

                                                                               Bica
                                                                               Açude
Atitudes que Podem dar Certo


Temos muitos problemas nas mais diversas atividades em nossas vidas. Seja para nos divertir, trabalhar ou estudar, sempre algo errado pode acontecer. Por isso certas atitudes podem ser tomadas para que nossa segurança e integridade física sejam preservadas. As pessoas sempre tentam melhorar seus padrões de vida, fugir da pobreza, poder proporcionar um conforto melhor para si e seus familiares. Pensando nisso, listei uma série de atividades que podem fazer a diferença entre os relacionamentos dos homens.

  1. Jogo de futebol de uma só torcida;
  2. Caçar a carteira de habilitação de quem for pego dirigindo embriagado;
  3. Não votar em políticos corruptos;
  4. Pensar mais nos outros;
  5. Investir em educação;
  6. Investir em educação;
  7. Investir em educação;
  8. ......
          Tem mais alguma ?


quarta-feira, 15 de agosto de 2012


O Preço das Coisas

               Recentemente um texto publicado no site da revista Forbes, escrito pelo jornalista americano Kenneth Rapoza, está causando um pequeno zum, zum, zum entre os brasileiros. O jornalista alega que pagamos muito caro, aqui no Brasil, pelos carros da marca Chrysler, em especial o Jeep Grand Cherokee. Diz que nos Estados Unidos tais veículos são utilizados por pessoas de classe média baixa e que no Brasil são carros única e exclusivamente usados por “bacanas”. Não gosto de concordar com algo que venha da terra do Tio Sam, mas infelizmente o repórter está cheio de razão. Kenneth cita também que um Ford Durango, recém lançado nos EUA, custa US$57.000 e que um professor do Bronx devido ao seu poder médio aquisitivo pode comprar um. Se não for zero, pelo menos semi-novo, com dois anos de uso.  Já no mercado brasileiro o mesmo modelo custará temíveis US$95.000. Não preciso dizer que um professor brasileiro teria capacidade de comprá-lo. É uma baita diferença. O jornalista vitupera os consumidores que supostamente adquirem esse tipo de carro em busca de status. No fundo ele quer dizer que os brasileiros confundem preços altos com qualidade. Será?
               Sabemos que a colossal carga tributária brasileira é a grande responsável pelos preços das coisas em geral, mas que muitos empresários, fábricas, lojas e outros departamentos aproveitam disso para elevarem o valor das mercadorias. Temos as margens de lucro mais altas do mundo, os financiamentos com as taxas elevadamente exorbitantes, o charme do carro importado, o charme do zero quilômetro e consumidores ricos, deslumbrados e dispostos a gastar toda essa dinheirama. A perfeita combinação para o preço das coisas. Há quem diga que o problema dos veículos é o cartel das montadoras, outros afirmam que o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, que tem como objetivo orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder econômico não trabalha em defesa da concorrência. Já ouvi especialistas dizerem que o simples fato de as montadoras terem suas próprias financeiras faz com que elas ajam também como atravessadoras aumentando seus lucros. Seja o que for, realmente pagamos muito pelos produtos e não só nos veículos. Os altos impostos também fazem com que os produtos nacionais percam mercados no exterior.
               Somos tributados em qualquer coisa quem compramos ou usamos. No transporte público, no médico, nos remédios, no pão francês, na televisão, nos combustíveis, no imóvel, no que pensar, o tributo está lá embutido refletindo a total falta de transparência do Estado para com o contribuinte. Os impostos brasileiros chegam ao incrível patamar de corresponder a 35% do PIB. Os programas de transferência de renda, bolsa-família, bolsa-escola, cedidos aos mais pobres nada mais é do que repor parcialmente o que o Estado arrebata do nosso bolso. É certo que a população brasileira de um modo geral aumentou seu poder de compra desde o advento do Plano Real, mas ainda existem pessoas na extrema pobreza. Somos um país de contrastes. Os verdadeiros herois da nação são aqueles que acordam de madrugada, pegam ônibus, andam a pé, fazem o país andar e ganham R$622,00 por mês. Já dizia o ditado: em terra de cego quem tem olho é rei. Se tem alguém disposto a pagar por um produto caro que pague. Se existem produtos caros é porque tem alguém que compra, porque caso contrário eles seriam bem mais baratos.