quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Negro Artista

É inegável que a presença do negro nas artes brasileiras, assim como seu talento descomunal, em todas as etapas da evolução histórico-cultural do Brasil, não permite discussão sobre a ampla influência deixada pelos seus antepassados.
Desde a época do Descobrimento, os negros trouxeram para além-mar danças típicas, comidas sumarentas, religião misteriosa e palavras que se incorporaram em nosso convívio. Tudo isso com sua alegria marota e contagiante, mesmo no período mais violento em que viveram: a época da escravidão.
Tratados como animais em terras brasileiras, escravizados dia e noite, ainda arrumavam forças para expressar seus costumes e tradições. Gilberto Freyre conta que os senhores de engenho permitiam que eles dançassem nas Casas-Grandes, em datas especiais, a fim de que as pessoas da Corte assistissem. Desde então encetou o deslumbramento com os hábitos negreiros. Capoeira, afoxé, lundum, esculturas, pinturas, vatapás e temperos começaram a influenciar a vida da maioria branca da época.
Hoje em dia, seja no esporte, na música ou nas artes em geral, a população negra se faz presente como uma das principais representantes de nosso país. Uma vitória conquistada com muito sangue e suor derramados.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mel em Tegucigalpa

A crise política que se instalou na República centroamericana de Honduras, desde a deposição do Presidente Manuel Zelaya, envolveu o Brasil num jogo diplomático como nunca havia ocorrido em toda a sua história: o Presidente deposto voltou ao seu país e está abrigado na Embaixada brasileira em Tegucigalpa, a capital hondurenha.
Acusado de querer mudar um artigo da Constituição, que em plebiscito, provavelmente, daria a ele o direito de concorrer a reeleição, Zelaya foi expulso de seu país em julho último e desde então estava proibido de retornar a Honduras. Seus opositores e autores do golpe, os militares e alguns congressistas, dirimiram duas tentativas de regresso do Presidente. Não esperavam que na terceira tentativa, um plano muito bem elaborado fá-lo-ia voltar a Tegucigalpa.
Zelaya e alguns de seus seguidores estão “instalados” na Embaixada brasileira. Chegaram sem avisar, abriram a porta e entraram. Caso único em toda a história mundial, o presidente deposto não está na condição de exilado nem de refugiado político. No primeiro caso, ele poderia estar em outro país e devido a problemas políticos impedido de voltar. No segundo caso, em razão de perseguições em virtude de sua raça, seu credo, sua nacionalidade encontrar-se-ia fora de seu país e também não poderia regressar.
O Presidente hondurenho afirma que o governo brasileiro em nada sabia do plano e que essa foi sua decisão pessoal. A escolha da embaixada brasileira deve-se a dois fatores: o prestígio internacional do Presidente Lula, e o tamanho do Brasil, um país de dimensões continentais, disse entre inúmeras entrevistas cedidas de dentro da residência brasileira em território hondurenho. Com isso, ele acreditava chamar a atenção do mundo para o seu problema.
Em represália aos atos de Zelaya, os golpistas, liderados pelo Presidente em exercício, Roberto Micheletti, cortaram a energia elétrica, a água e as linhas telefônicas da embaixada. Privados da higiene pessoal, da segurança e da comunicação, Zelaya e seus seguidores dividem o espaço com alguns diplomatas brasileiros e dormem pelo chão ou sentados nos sofás e só pretendem sair da casa quando “Mel”, apelido no qual os hondurenhos o chamam, for readmitido como presidente.
Tamanho o problema, a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OEA (organização dos Estados Americanos) foram convocadas para tentar uma solução pacífica a esse difícil imbróglio. Até agora nada foi resolvido e tudo permanece como está. Apenas os serviços básicos da Embaixada foram religados depois que o governo golpista foi acusado de desrespeitar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, um documento do Direito Internacional assinado na capital da Áustria há quarenta e oito anos atrás.
De acordo com a convenção, em seu artigo vinte e dois, os locais da missão (Embaixadas) são invioláveis. Quaisquer bens que elas possuam não poderão ser objetos de busca, requisição, embargo ou medida de execução. São consideradas parte do território dos seus países em terras estrangeiras e não podem ser invadidas tal como acontece com um Estado. Baseado nisso, Zelaya está seguro dentro de seu próprio país.
Tal atitude abre um precedente para que outros Chefes de Estado que se sentirem ameaçados, perseguidos ou até mesmo depostos, repitam o gesto de Zelaya e se instalem dentro de alguma Embaixada. O Direito Internacional Público ainda não prevê uma solução para essa situação.
É preciso que se use o bom senso. A OEA tentará mais uma vez resolver o problema. Os dois lados da crise estão irredutíveis e um acordo amigável parece estar longe. Golpes de estado não devem ser aceitos em nenhum país, seja ele qual for. Governos eleitos, democraticamente, pelo povo, têm o direito de exercerem seus mandatos. Cabe à população julgar os atos presidenciais e derruba-los nas urnas.
Honduras precisa urgentemente de uma solução. A Embaixada do Brasil está cercada por policiais e eles têm ordem para prender Zelaya. A cada dia o conflito parece não ter solução. As Organizações Internacionais deveriam trabalhar no intuito de devolver Manuel Zelaya à presidência de Honduras.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

South America

The relations between Brazil and South America, in each time of our history, introduce news surprises. First of all, at the Discovery Age, all the countries were under the European control. Brazilians under the portugueses and the rest under the spanishes. With the Independence, in nineteen century, they felt that if they were bigger, they would have more power, and therefore to dominate the region. For that reason, the borders trouble did not delay to happen. Not only with Brazil and its neighbors, but also among them. All countries wanted more ground and an exit for the sea. This subject dominated the second part of the continent.
Due to caudillos presidents, the region stayed acquaintanced like gunpowder barrel, and almost all countries had a military government. Poverty, violence, corruption and drugs traffic made part of that history. But, with the approach twenty one century, the region changed its characteristics. There was a growth in economy, the misery decreased and the countries entered in the world globalization and some are called emergents. Countries like Brazil, Argentina and Chile don´t leave doubt that the region developed. From now on, only the future will show us the evolution of South America.

domingo, 4 de outubro de 2009

Rio 2016

Talvez a grande maioria da população tupiniquim seja contra qualquer cidade brasileira sediar uma olimpíada. Os argumentos são muitos: a desigualdade social é enorme, o sistema público não funciona, os hospitais estão abarrotados de doentes a espera de um leito, as escolas não ensinam como deveriam, o sistema carcerário não suporta tantos bandidos, o saneamento básico não existe em alguns locais e gastar rios de dinheiro com uma atividade esportiva que dura somente um mês é ridículo, e por aí vai.
Eu, particularmente, sou a favor das olimpíadas no Rio. Dia desses estava vendo um programa matinal na televisão, não me lembro em qual emissora, cuja reportagem mostrava a melhoria do sistema de transporte público em Joanesburgo, palco da final da copa do mundo de 2010, maior centro industrial e financeiro da África do Sul. Para quem pensa que Joanesburgo é a capital da África do Sul, não é. Pretória é a capital administrativa, Cidade do Cabo é a capital legislativa e Bloemfontein a capital judicial. Segundo a história sul-africana, o sistema político era dividido em três capitais para evitar um levante dos negros. Com essa quantidade de cidades de alta administração seria difícil a tomada do poder por parte de possíveis negros insurgentes. Isso ocorria na época do hediondo apartheid, o sistema político de segregação racial onde os brancos detinham o poder e os negros, em teoria, deveriam obedecê-los. Havia separação nas praias, nos trens, nos ônibus, nos hospitais, nas escolas, enfim, a maioria negra era excluída do convívio social. Isso começou a mudar quando Frederik de Klerk e na sequência Nelson Mandela assumiram o poder. Hoje negros e brancos convivem pacificamente. Mas voltando ao sistema de transporte público sul-africano, a reportagem mostrava a inauguração de linhas de transportes coletivos no bairro pobre de Soweto, periferia de Joanesburgo, até o centro da cidade. Os ônibus novíssimos, comprados do Brasil, trafegavam tranquilamente entre pontos espalhados por todo o caminho. Os pontos eram muito parecidos com os de Curitiba, modelo para todo o Brasil. Será que sem a copa do mundo eles teriam tal benefício em tão pouco tempo? Além de incentivar todas as crianças brasileiras a praticarem esportes, o Rio realizará uma grande mudança na sua infraestrutura. De acordo com o comitê olímpico, a cidade maravilhosa deverá construir mais hotéis, melhorar o sistema de transporte público, construir os locais dos jogos, construir ruas, avenidas, pontes, seja lá o que for, virar um enorme canteiro de obras até 2016. Muitos cidadãos que hoje aumentam as estatísticas do trabalho informal poderão labutar nessas obras gerando rendas e impostos para a cidade. A transparência dos gastos, principalmente os públicos, serão fiscalizados pelo Comitê Olímpico Internacional. Bilhões não serão suficientes e outros bilhões deverão ser empregados. Depois tudo, todas as instalações, ficarão à disposição de quem quiser treinar para que em 2020, quem sabe, possamos ser chamados de potência olímpica. Quanto à bandidagem, vimos que no Panamericano, com um forte sistema de policiamento, eles não atacaram mais do que um patamar aceito, se é que para violência existe algo aceitável. Com um esquema bem planejado e policiais bem remunerados, esse problema pode ser contornado. É claro que os jogos olímpicos não serão a panacéia para a cidade, mas que trará beneficios para os moradores, como os pontos de ônibus de Soweto, trará. O apoio popular é enorme e se existe todo esse dinheiro e nada foi feito até então, será que a olimpíada não seria o empurrãozinho que estava faltando?
Bem pessoal, esse é o meu ponto de vista. Toda semana vou postar um artigo diferente. Espero que tenham gostado e que deem suas opiniões. Abraço a todos!