segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Era do Capitalismo

Desde o final da Segunda Guerra Mundial e da bipolarização Leste-Oeste entre americanos e soviéticos, da queda do muro de Berlim e do colapso socialista das ex-repúblicas soviéticas, o capitalismo é o sistema econômico predominante em quase todo o planeta.
Derrotou o socialismo, é chamado de "selvagem" por alguns e foi responsabilizado, por outros, como o propulsor da globalização. Amado e odiado, levou o mundo à bancarrota na Grande Depressão dos anos 1930- muita oferta e nenhuma demanda. Recentemente, voltou a dar sinais de que pode solapar o mundo outra vez.
Desta vez, os contratos de alto risco - subprime do setor imobiliário norte-americano - foram concedidos às pessoas que não possuíam capacidade de pagamento. A bolha imobiliária estourou e como num efeito dominó atingiu todos os países do globo. Instituições financeiras sucumbiram, a estrutura econômica ruiu, o crédito financeiro desapareceu. Em consequência, empresas pararam suas produções, o desemprego aumentou e a crise veio a se instalar, definitivamente, quando os Estados Unidos admitiram estar em recessão.
Nenhum país está imune a ela. Diferente daquela dos anos 1930, hoje o mundo está mais preparado para crises econômicas. Vários países usam suas reservas financeiras, caso do Brasil, para dirimir o aumento de suas turbulências internas.
Crises à parte, agora que o mundo financeiro, teoricamente, voltou ao normal tenho certeza de que os Estados Unidos daAmérica felizmente ou infelizmente, manda e vai mandar por muitos e muitos anos no mundo. Ruim ou bom? Se essa crise tivesse aparecido na China, por exemplo, não teríamos essa catástrofe toda. Quem acha que os yankees estão perdendo a hegemonia mundial que repensem suas ideias.
A todos aqueles que estão lendo até aqui um Feliz Natal e um Ótimo Ano-Novo cheio de saúde, paz, alegria e sucesso. Até 2010! Um abraço!!!!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Qual é a Música ?

A música popular brasileira, desde o começo do novo milênio, vem se arrastando pelos palcos da vida. Tentativas midiáticas de nos fazer engolir ritmos escolhidos a dedo não estão surtindo efeito e me preocupo sobre o futuro da nossa querida música tupiniquim.
É certo que em cada época, mais precisamente décadas, a música sofre alterações que a torna mais atual, mais harmoniosa, responsável por bons ou maus momentos, seja de tristeza ou de alegria. Nos anos 60, só pra lembrarmos um pouco da história, estourou a Jovem Guarda de Roberto e Erasmo, a Bossa Nova de Nara Leão, João Gilberto e Tom Jobim e a Tropicália de Gil e Caetano. Uma super inovação musical jamais superada por outras décadas.
Nos anos 70 uma gama de estilos variados surgidos de várias matrizes covencionou-se chamar de MPB. Rock, regionalismo, protesto, nacionalismo faziam parte desse movimento fantástico que embalou e ainda embala muitos casais arrebatados. Ícones desse tempo foram Chico Buarque, Milton Nascimento, Elis, Simone, Betânia, Zé Ramalho, Djavan e uma infinidade de outros artistas consagrados.
Já nos anos 80 o "rock brazuca" fez o país dançar ao som de letras urbanas tocadas num período de transição política e que jamais foram esquecidas por aqueles, que como eu, já passaram dos trinta e poucos anos. RPM, Rita Lee, Paralamas, Capital, Plebe Rude, Ira, Lulu, Ultraje, Titãs e a melhor banda brasileira de todos os tempos, a Legião Urbana. Década que deixou muitas saudades para aqueles que veneram uma boa música.
Nos anos 90 fomos contemplados com o reggae do Cidade Negra, o rock dos Raimundos, do Skank, do Jota Quest, O Rappa, os saudosos Mamonas, a mangue-beat de Chico Science, a MPB de Marisa Monte, Ana Carolina e Cássia Eller. O axé contagiante de Daniela Mercury e Ivete e o ápice da música melosa dos "amigos". Então veio o novo século, muita expectativa para as canções do novo milênio e o que vimos não foi tão animador.
Com a chegada da Internet, da globalização, da tecnologia e da pirataria é certo que as gravadoras perderam sua pujança. Hoje qualquer um pode gravar um belo CD no conforto do seu lar. Mas o que vimos e ainda estamos assistindo é uma imposição ritmica sem juízo. Primeiro foi o funk do bonde do tigrão e da titia loira que nos infernizaram com aquelas terríveis letras de duplo sentido capazes de confundir até o mais sabido dos mortais. Graças a Deus sumiram na mesma proporção que apareceram.
Depois fomos atacados pelo forró do Calipso, do Calcinha Preta, das dancinhas coreografadas e agora nos aparece um tal de sertanejo universitário. Duplinhas esquisitas que fazem melodias melífluas sempre em busca daquele amor que fugiu com outro.
É impressionante como os artistas do novo milênio perdem a popularidade depois de um disco, opa, de um CD, ou só uma canção de sucesso. Estamos na era da música descartável, aquela que se ouve até cansar e depois se joga fora, ou você, caro leitor, acha que fazer um leilão para saber quem dá mais pelo meu coração será lembrada daqui a 20 ou 30 anos? Mas será que acabou? Claro que não!
No final da atual década somos presenteados massivamente por um novo tipo de música. Aquela que divinamente não permite a pirataria e que reacende a esperança das gravadoras: a música gospel. Uma infinidade de cantores demonstrando sofrimento impiedoso com um microfone na mão e que em outra música estão pulando jubilosamente com as mãos levantadas para o céu estão em alta nos meios populares.
Mas quando tudo está perdido sempre existe um caminho. Artistas revelados nos anos 2000 tais como Pitty, Cláudia Leitte, a invasão feminina das belas vozes de Maria Gadú, Ana Cañas e Marina de La Riva atravessarão a década e serão lembradas no futuro como o que de bom aconteceu nessa tão sofrida década para a MPB. É muito pouco em comparação com os anos passados.
Torço para que novos talentos sejam descobertos e nos enriqueçam de boa música . Mas que venham calmamente e não impostas pela mídia. Talvez estejamos passando por uma época de perturbada transição. Época da Internet, dos downloads, dos uploads, celulares. Tudo aconteceu muito rápido e não foi diferente com a MPB. Quem será o novo Roberto Carlos da música? No futebol sempre aparece um candidato a novo Pelé, por que não acontece isso com os cantores ou cantoras? Falta coragem pra investir em novos talentos. Pra mim música é tudo. Acho que Oceano é a minha preferida. Você tem preferência por alguma? Qual é a música?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O que é um bom governo?

Muito se tem falado sobre os altíssimos níveis de popularidade do nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pesquisas apontam que ela oscila na casa dos 80% de aprovação. É um número extremamente positivo, digno de campeões. Mas o que levou a essa avaliação positiva do governo? O que ele fez para merecer tal honra? Deixo claro que não sou contra o Lula e acho que ele até fez um bom governo. Conduziu habilidosamente o país perante a comunidade internacional, apesar da sua “diplomacia do entreguismo”, segundo o embaixador Rubens Barbosa, nos casos da Petrobrás na Bolívia, da Odebrecht no Equador, da Itaipu com o Paraguai e a esmerada parceria com o bolivariano Chavez.
Soube manter a economia estabilizada durante a crise mundial e com a moeda forte o crédito deslancha e as pessoas consomem mais. Internamente gabou-se do Bolsa-Família, das intermináveis obras do PAC, reclamou do TCU, reclamou da imprensa, fala bastante, enfim, nunca na história desse país se viu um presidente tão gaudioso como esse. Atualmente ele só pensa na eleição presidencial do ano que vem e na sua pupila Dilma Rousseff que a sucederá em Brasília, segundo sua fidúcia. Mas voltemos ao título do texto. O que faz um bom governo? Acredito que um bom governo, um bom atleta, um bom músico, além do talento nato, se faz com uma pitada de sorte. E a sorte do Lula foi suceder Fernando Henrique Cardoso. O que fez de tão vultoso alguns governos anteriores?
JK criou Brasília, seria isso um feito? A capital poderia estar com o Rio de Janeiro ainda. Jânio Quadros e Jango nada fizeram. Um renunciou e outro foi enxotado. Os militares só cometeram toleimas. Mataram, torturaram e até hoje alguns corpos não foram devolvidos aos seus familiares. Sarney criou o Plano Cruzado, convocou a população para ser seu fiscal, congelou preços, criou mais planos e nada deu certo. Collor foi o primeiro presidente a sofrer com um processo de impeachment, sofreu com seu irmão Pedro e Itamar Franco, seu sucessor, apesar de ter chamado Fernando Henrique para ser seu Ministro da Fazenda, pulou carnaval com a modelo que não vestia uma importante peça de roupa.
FHC, criador do Plano Real, sociólogo, cientista político, professor internacional, ex-senador, ex-funcionário da CEPAL, escritor, Ministro das Relações Exteriores e Ministro da Fazenda do governo Itamar, acabou com o torvo problema da inflação brasileira. Idealizado por ele e por uma equipe eficiente de economistas, entre eles aquele que viria a ser seu Ministro da Fazenda, Pedro Malan, seu governo ficou marcado por essa característica. É claro que seus oito anos de poder não foram somente de glórias, mas que ele fez algo que mudou a vida de todos os brasileiros e que o nosso ditoso presidente colhe os frutos agora, fez. Não podemos negar. Dizem que política, futebol e religião não se discutem. Também acho. Essa é somente minha opinião.
O Lula deu sorte e para serem grandes as pessoas precisam dela. FHC exterminou o dragão da alta dos preços. Acabou com as temíveis remarcações de valores dos supermercados de todo o país e deu à população o prazer de ver o dinheiro render no fim do mês. Pessoas compraram casas, compraram carros, viajaram Brasil e mundo afora e o nosso querido país galgou o status de emergente perante a comunidade internacional. FHC foi o precursor de todo o sucesso que nosso atual comandante sabiamente soube manter. Um bom governo se faz com profissionalismo, seriedade, respeito aos cidadãos, decência e sorte. Pensando bem adicionarei mais um item a essa minha humilde lista: suceder Fernando Henrique Cardoso.

sábado, 14 de novembro de 2009

A Estudante e o Muro

Duas notícias chamaram bastante a atenção nesse começo do mês de novembro e foram muito repercutidas em todos os noticiários televisivos, impressos e virtuais do mundo todo: a estudante do vestido curto e os vinte anos da queda do muro de Berlim.
Comecemos pela moça que frequentava as aulas de turismo da Universidade Bandeirante, em São Bernardo do Campo, grande São Paulo, usando uma peça de roupa, que segundo a grande maioria dos alunos da instituição, era inadequado para os padrões universitários. Não tenho nada contra as mulheres muito menos contra as roupas que elas usam. É um direito de cada uma vestir-se como querem, exceto em ocasiões já definidas que não há como fugir. Um ambiente judicial, uma entrevista de emprego, uma missa, um velório, enfim, esses locais merecem um respeito mínimo às ordens e normas já regidas.
Não é o caso de uma universidade. Sabe-se que nesses locais, na maioria das vezes, as pessoas são jovens, cheias de saúde, sedentas por aprendizado, instintos a flor da pele. É época de namoro, festas, churrascos, viagens, a necessidade de serem aceitas na sociedade, uma época de afirmação e revolução. Muitas vezes de lá se fazem casamentos e amizades eternas. Depois de formados, os alunos sentem a saudade de um tempo que infelizmente nunca mais volta.
Nada justifica a humilhação pela qual a moça foi submetida perante os puritanos. Chegou-se ao ponto de acionar a polícia para que ela fosse retirada com sgurança do prédio da instituição. As cenas gravadas pelos celulares dos discentes e espalhadas pela internet nos remetem a um tempo de preconceito e racismo. Vivemos em uma democracia, as pessoas podem protestar, gritar a plenos pulmões, achar o que é certo e o que é errado, mas sem infringir a integridade física e moral de uma pessoa. Expor uma pessoa ao ridículo e a humilhação principalmente na frente de outras não se faz. Os anos de chumbo da nossa recente história brasileira, graças a Deus, acabaram.
Se eles se sentiram tão ofendidos ou invidiados que reclamassem com a direção da faculdade. Deixassem que os responsáveis pela ordem do ensino tomassem as devidas providências. O mundo dá voltas, os mesmos que atiraram a pedra contra o vestido curto terão filhos e netos, e eles provavelmente farão cursos superiores, frequentarão os ambientes escolares dos pais e avós, e o futuro sempre será uma incógnita. O que não queremos para nós não fazemos para os outros. Esse famoso ditado popular se junta sempre com outro excepcional: só o tempo vai nos dizer.
Por falar em tempo, na última segunda-feira fez vinte anos que caiu o muro de Berlim. Símbolo máximo da extinta Guerra Fria, ele repartia Berlim em dois lados: a parte ocidental e a parte oriental. Por vinte e oito anos e com 155 quilômetros de comprimento dividiu o mundo entre capitalistas e socialistas. Os Estados Unidos e a extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) que foram aliadas na Segunda Guerra Mundial se inimistaram dando início a um conflito político-ideológico entre os dois países pela hegemonia mundial.
Na conferência de Potsdam (cidade alemã) realizada em 1945, depois da derrota nazista de Hitler, os aliados (EUA, URSS, Grã-Bretanha e França) decidem dividir a Alemanha e também a cidade de Berlim em quatro partes. Cada quinhão ficou sob o controle de uma potência. Devido a discordâncias sobre a reconstrução alemã e a criação de uma nova moeda para o país, o ditador soviético Joseph Stalin determina o bloqueio a Berlim ocidental impedindo a entrada de alimentos e materiais a Berlim Oriental. Começava então a chamada Cortina de ferro, divisão imaginária da Europa entre os dois blocos de poder.
Alguns anos depois foram criadas a República Federal da Alemanha (RFA) sob o controle dos aliados e também a República Democrática da Alemanha (RDA) do lado oriental. Com o advento do Plano Marshall foi inevitável a fuga maciça de pessoas do lado oriental para o ocidental. Somado a isso a desconfiança de contrabando e espionagem, o governo comunista alemão decide estabelecer um regime rígido de demarcação da fronteira entre os dois países. Inicialmente foram construídas cercas de arame farpado e, em 1961, as barricadas do muro começam a dar espaço para o concreto.
A tensão mundial aumentava na medida em que a Guerra Fria colocava em risco a segurança do planeta. Temia-se uma Terceira Guerra Mundial. OTAN, Pacto de Varsóvia, Guerra da Coréia, Guerra do Vietnã, Crise dos Mísseis, corrida espacial, tudo contribuía para que a bipolarização mundial ganhasse mais força. Até no Brasil foram sentidos os resquícios dela. É claro que esse não foi o único motivo, mas ajudou: Jânio Quadros condecorou Che Guevara e também flertava com a Cuba de Fidel Castro, o único país americano socialista.Os militares contrários ao comunismo tomaram o poder em 1964 no Governo de João Goulart temendo uma possível revolução socialista no país.
Pelo mundo o socialismo também foi perdendo poder. Ronald Reagan em frente ao portão de Brandemburgo, em seu célebre discurso, em 1989, pede que Gorbachev derrube o muro. A Polônia comunista elegeu o candidato esquerdista e operário, Lech Walesa; na Tchecoslováquia a Primavera de Praga foi repreendida ferozmente; em 1985, fato considerado por muitos historiadores, e eu concordo com eles, como o princípio do fim do comunismo, Mikhail Gorbachev assumiu a presidência da URSS vindo a lançar a Perestroika (reestruturação econômica) e a Glasnost (abertura política).
Fronteiras da Rússia e dos países satélites do Leste Europeu foram abertas; a liberdade política dos cidadãos foi ampliada; o processo de abertura política deu à população novas liberdades em relação aos meios de comunicação. A população se arma de martelos e marretas, mas não para briga, e sim para começar a enterrar a Guerra Fria.
Em 09 de novembro de 1989, após 28 anos de vida, o muro é derrubado pelos cidadãos do mundo. Sem derramamento de sangue, a revolução foi pacífica como tudo deveria ter sido depois da Segunda Guerra. A bipolarização acabou. Hoje blocos econômicos se juntam para se fortalecerem geopoliticamente e comercialmente. As ameaças mudaram. O inimigo agora é o fundamentalismo islâmico. O mundo realmente necessita não viver em paz.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Gaza Strip

Israelis and palestinians came back to the fight in an ethnic, cultural and religious battle, in Gaza Strip, where seems the peace is very long to make real. A historical resentments and animosities accumulate to impede the international diplomatic acting.
The palestinians are separeted between themselves: there are those that support the Israel State, like Fatah, an activist group that has been using the occupated territory for their members to throw rockets against israelians cities from the board outside.
With that in mind, the impediments are the israelis settlers depart from the occupated territories during the Six Days War, the Jerusalem division among two sides and, in face of that, the terrorists acts end perpetrated against Jews citizens. Israel are returning.
That conflict seems never stop. Since the Jewish Exodus, this land piece, located among Mediterranean Sea and the oil well from the Middle-east is reason has been discorded between them. The world hopes that the new american president can solve this problem. If he can´t, a lot of persons will die. The irracionality still will exist for a long time.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Negro Artista

É inegável que a presença do negro nas artes brasileiras, assim como seu talento descomunal, em todas as etapas da evolução histórico-cultural do Brasil, não permite discussão sobre a ampla influência deixada pelos seus antepassados.
Desde a época do Descobrimento, os negros trouxeram para além-mar danças típicas, comidas sumarentas, religião misteriosa e palavras que se incorporaram em nosso convívio. Tudo isso com sua alegria marota e contagiante, mesmo no período mais violento em que viveram: a época da escravidão.
Tratados como animais em terras brasileiras, escravizados dia e noite, ainda arrumavam forças para expressar seus costumes e tradições. Gilberto Freyre conta que os senhores de engenho permitiam que eles dançassem nas Casas-Grandes, em datas especiais, a fim de que as pessoas da Corte assistissem. Desde então encetou o deslumbramento com os hábitos negreiros. Capoeira, afoxé, lundum, esculturas, pinturas, vatapás e temperos começaram a influenciar a vida da maioria branca da época.
Hoje em dia, seja no esporte, na música ou nas artes em geral, a população negra se faz presente como uma das principais representantes de nosso país. Uma vitória conquistada com muito sangue e suor derramados.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mel em Tegucigalpa

A crise política que se instalou na República centroamericana de Honduras, desde a deposição do Presidente Manuel Zelaya, envolveu o Brasil num jogo diplomático como nunca havia ocorrido em toda a sua história: o Presidente deposto voltou ao seu país e está abrigado na Embaixada brasileira em Tegucigalpa, a capital hondurenha.
Acusado de querer mudar um artigo da Constituição, que em plebiscito, provavelmente, daria a ele o direito de concorrer a reeleição, Zelaya foi expulso de seu país em julho último e desde então estava proibido de retornar a Honduras. Seus opositores e autores do golpe, os militares e alguns congressistas, dirimiram duas tentativas de regresso do Presidente. Não esperavam que na terceira tentativa, um plano muito bem elaborado fá-lo-ia voltar a Tegucigalpa.
Zelaya e alguns de seus seguidores estão “instalados” na Embaixada brasileira. Chegaram sem avisar, abriram a porta e entraram. Caso único em toda a história mundial, o presidente deposto não está na condição de exilado nem de refugiado político. No primeiro caso, ele poderia estar em outro país e devido a problemas políticos impedido de voltar. No segundo caso, em razão de perseguições em virtude de sua raça, seu credo, sua nacionalidade encontrar-se-ia fora de seu país e também não poderia regressar.
O Presidente hondurenho afirma que o governo brasileiro em nada sabia do plano e que essa foi sua decisão pessoal. A escolha da embaixada brasileira deve-se a dois fatores: o prestígio internacional do Presidente Lula, e o tamanho do Brasil, um país de dimensões continentais, disse entre inúmeras entrevistas cedidas de dentro da residência brasileira em território hondurenho. Com isso, ele acreditava chamar a atenção do mundo para o seu problema.
Em represália aos atos de Zelaya, os golpistas, liderados pelo Presidente em exercício, Roberto Micheletti, cortaram a energia elétrica, a água e as linhas telefônicas da embaixada. Privados da higiene pessoal, da segurança e da comunicação, Zelaya e seus seguidores dividem o espaço com alguns diplomatas brasileiros e dormem pelo chão ou sentados nos sofás e só pretendem sair da casa quando “Mel”, apelido no qual os hondurenhos o chamam, for readmitido como presidente.
Tamanho o problema, a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OEA (organização dos Estados Americanos) foram convocadas para tentar uma solução pacífica a esse difícil imbróglio. Até agora nada foi resolvido e tudo permanece como está. Apenas os serviços básicos da Embaixada foram religados depois que o governo golpista foi acusado de desrespeitar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, um documento do Direito Internacional assinado na capital da Áustria há quarenta e oito anos atrás.
De acordo com a convenção, em seu artigo vinte e dois, os locais da missão (Embaixadas) são invioláveis. Quaisquer bens que elas possuam não poderão ser objetos de busca, requisição, embargo ou medida de execução. São consideradas parte do território dos seus países em terras estrangeiras e não podem ser invadidas tal como acontece com um Estado. Baseado nisso, Zelaya está seguro dentro de seu próprio país.
Tal atitude abre um precedente para que outros Chefes de Estado que se sentirem ameaçados, perseguidos ou até mesmo depostos, repitam o gesto de Zelaya e se instalem dentro de alguma Embaixada. O Direito Internacional Público ainda não prevê uma solução para essa situação.
É preciso que se use o bom senso. A OEA tentará mais uma vez resolver o problema. Os dois lados da crise estão irredutíveis e um acordo amigável parece estar longe. Golpes de estado não devem ser aceitos em nenhum país, seja ele qual for. Governos eleitos, democraticamente, pelo povo, têm o direito de exercerem seus mandatos. Cabe à população julgar os atos presidenciais e derruba-los nas urnas.
Honduras precisa urgentemente de uma solução. A Embaixada do Brasil está cercada por policiais e eles têm ordem para prender Zelaya. A cada dia o conflito parece não ter solução. As Organizações Internacionais deveriam trabalhar no intuito de devolver Manuel Zelaya à presidência de Honduras.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

South America

The relations between Brazil and South America, in each time of our history, introduce news surprises. First of all, at the Discovery Age, all the countries were under the European control. Brazilians under the portugueses and the rest under the spanishes. With the Independence, in nineteen century, they felt that if they were bigger, they would have more power, and therefore to dominate the region. For that reason, the borders trouble did not delay to happen. Not only with Brazil and its neighbors, but also among them. All countries wanted more ground and an exit for the sea. This subject dominated the second part of the continent.
Due to caudillos presidents, the region stayed acquaintanced like gunpowder barrel, and almost all countries had a military government. Poverty, violence, corruption and drugs traffic made part of that history. But, with the approach twenty one century, the region changed its characteristics. There was a growth in economy, the misery decreased and the countries entered in the world globalization and some are called emergents. Countries like Brazil, Argentina and Chile don´t leave doubt that the region developed. From now on, only the future will show us the evolution of South America.

domingo, 4 de outubro de 2009

Rio 2016

Talvez a grande maioria da população tupiniquim seja contra qualquer cidade brasileira sediar uma olimpíada. Os argumentos são muitos: a desigualdade social é enorme, o sistema público não funciona, os hospitais estão abarrotados de doentes a espera de um leito, as escolas não ensinam como deveriam, o sistema carcerário não suporta tantos bandidos, o saneamento básico não existe em alguns locais e gastar rios de dinheiro com uma atividade esportiva que dura somente um mês é ridículo, e por aí vai.
Eu, particularmente, sou a favor das olimpíadas no Rio. Dia desses estava vendo um programa matinal na televisão, não me lembro em qual emissora, cuja reportagem mostrava a melhoria do sistema de transporte público em Joanesburgo, palco da final da copa do mundo de 2010, maior centro industrial e financeiro da África do Sul. Para quem pensa que Joanesburgo é a capital da África do Sul, não é. Pretória é a capital administrativa, Cidade do Cabo é a capital legislativa e Bloemfontein a capital judicial. Segundo a história sul-africana, o sistema político era dividido em três capitais para evitar um levante dos negros. Com essa quantidade de cidades de alta administração seria difícil a tomada do poder por parte de possíveis negros insurgentes. Isso ocorria na época do hediondo apartheid, o sistema político de segregação racial onde os brancos detinham o poder e os negros, em teoria, deveriam obedecê-los. Havia separação nas praias, nos trens, nos ônibus, nos hospitais, nas escolas, enfim, a maioria negra era excluída do convívio social. Isso começou a mudar quando Frederik de Klerk e na sequência Nelson Mandela assumiram o poder. Hoje negros e brancos convivem pacificamente. Mas voltando ao sistema de transporte público sul-africano, a reportagem mostrava a inauguração de linhas de transportes coletivos no bairro pobre de Soweto, periferia de Joanesburgo, até o centro da cidade. Os ônibus novíssimos, comprados do Brasil, trafegavam tranquilamente entre pontos espalhados por todo o caminho. Os pontos eram muito parecidos com os de Curitiba, modelo para todo o Brasil. Será que sem a copa do mundo eles teriam tal benefício em tão pouco tempo? Além de incentivar todas as crianças brasileiras a praticarem esportes, o Rio realizará uma grande mudança na sua infraestrutura. De acordo com o comitê olímpico, a cidade maravilhosa deverá construir mais hotéis, melhorar o sistema de transporte público, construir os locais dos jogos, construir ruas, avenidas, pontes, seja lá o que for, virar um enorme canteiro de obras até 2016. Muitos cidadãos que hoje aumentam as estatísticas do trabalho informal poderão labutar nessas obras gerando rendas e impostos para a cidade. A transparência dos gastos, principalmente os públicos, serão fiscalizados pelo Comitê Olímpico Internacional. Bilhões não serão suficientes e outros bilhões deverão ser empregados. Depois tudo, todas as instalações, ficarão à disposição de quem quiser treinar para que em 2020, quem sabe, possamos ser chamados de potência olímpica. Quanto à bandidagem, vimos que no Panamericano, com um forte sistema de policiamento, eles não atacaram mais do que um patamar aceito, se é que para violência existe algo aceitável. Com um esquema bem planejado e policiais bem remunerados, esse problema pode ser contornado. É claro que os jogos olímpicos não serão a panacéia para a cidade, mas que trará beneficios para os moradores, como os pontos de ônibus de Soweto, trará. O apoio popular é enorme e se existe todo esse dinheiro e nada foi feito até então, será que a olimpíada não seria o empurrãozinho que estava faltando?
Bem pessoal, esse é o meu ponto de vista. Toda semana vou postar um artigo diferente. Espero que tenham gostado e que deem suas opiniões. Abraço a todos!