Talvez a grande maioria da população tupiniquim seja contra qualquer cidade brasileira sediar uma olimpíada. Os argumentos são muitos: a desigualdade social é enorme, o sistema público não funciona, os hospitais estão abarrotados de doentes a espera de um leito, as escolas não ensinam como deveriam, o sistema carcerário não suporta tantos bandidos, o saneamento básico não existe em alguns locais e gastar rios de dinheiro com uma atividade esportiva que dura somente um mês é ridículo, e por aí vai.
Eu, particularmente, sou a favor das olimpíadas no Rio. Dia desses estava vendo um programa matinal na televisão, não me lembro em qual emissora, cuja reportagem mostrava a melhoria do sistema de transporte público em Joanesburgo, palco da final da copa do mundo de 2010, maior centro industrial e financeiro da África do Sul. Para quem pensa que Joanesburgo é a capital da África do Sul, não é. Pretória é a capital administrativa, Cidade do Cabo é a capital legislativa e Bloemfontein a capital judicial. Segundo a história sul-africana, o sistema político era dividido em três capitais para evitar um levante dos negros. Com essa quantidade de cidades de alta administração seria difícil a tomada do poder por parte de possíveis negros insurgentes. Isso ocorria na época do hediondo apartheid, o sistema político de segregação racial onde os brancos detinham o poder e os negros, em teoria, deveriam obedecê-los. Havia separação nas praias, nos trens, nos ônibus, nos hospitais, nas escolas, enfim, a maioria negra era excluída do convívio social. Isso começou a mudar quando Frederik de Klerk e na sequência Nelson Mandela assumiram o poder. Hoje negros e brancos convivem pacificamente. Mas voltando ao sistema de transporte público sul-africano, a reportagem mostrava a inauguração de linhas de transportes coletivos no bairro pobre de Soweto, periferia de Joanesburgo, até o centro da cidade. Os ônibus novíssimos, comprados do Brasil, trafegavam tranquilamente entre pontos espalhados por todo o caminho. Os pontos eram muito parecidos com os de Curitiba, modelo para todo o Brasil. Será que sem a copa do mundo eles teriam tal benefício em tão pouco tempo? Além de incentivar todas as crianças brasileiras a praticarem esportes, o Rio realizará uma grande mudança na sua infraestrutura. De acordo com o comitê olímpico, a cidade maravilhosa deverá construir mais hotéis, melhorar o sistema de transporte público, construir os locais dos jogos, construir ruas, avenidas, pontes, seja lá o que for, virar um enorme canteiro de obras até 2016. Muitos cidadãos que hoje aumentam as estatísticas do trabalho informal poderão labutar nessas obras gerando rendas e impostos para a cidade. A transparência dos gastos, principalmente os públicos, serão fiscalizados pelo Comitê Olímpico Internacional. Bilhões não serão suficientes e outros bilhões deverão ser empregados. Depois tudo, todas as instalações, ficarão à disposição de quem quiser treinar para que em 2020, quem sabe, possamos ser chamados de potência olímpica. Quanto à bandidagem, vimos que no Panamericano, com um forte sistema de policiamento, eles não atacaram mais do que um patamar aceito, se é que para violência existe algo aceitável. Com um esquema bem planejado e policiais bem remunerados, esse problema pode ser contornado. É claro que os jogos olímpicos não serão a panacéia para a cidade, mas que trará beneficios para os moradores, como os pontos de ônibus de Soweto, trará. O apoio popular é enorme e se existe todo esse dinheiro e nada foi feito até então, será que a olimpíada não seria o empurrãozinho que estava faltando?
Bem pessoal, esse é o meu ponto de vista. Toda semana vou postar um artigo diferente. Espero que tenham gostado e que deem suas opiniões. Abraço a todos!
Acredito que será uma boa para o Rio. Concordo com você!
ResponderExcluiré isso ai, eh realmente trará muitos beneficios,vc tem razão... forte abraço!!!
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